#circuito21anos: Há 20 anos, Chiara Lubich falava sobre paz em nossas páginas

Chiara Lubich precedeu os tempos e propôs na Igreja temas e aberturas que mais tarde seriam retomadas pelo Concílio Vaticano II. Quando ninguém falava de aproximação entre civilizações, ela soube indicar, na sociedade internacionalizada, o caminho da fraternidade universal. Respeitou a vida e buscou o sentido do sofrimento. Traçou um caminho de santidade, religiosa e civil, praticável por qualquer pessoa, não reservada a poucos eleitos.

Ela está na origem do Movimento dos Focolares, que deseja contribuir para a unidade das pessoas, grupos e povos, almejando que o mundo se torne uma única família, na comunhão das diversidades. Sua proposta é o amor como base do relacionamento, como estilo de vida e como paradigma de uma cultura de ética, de paz, de vida e de unidade. A sede desse movimento no Brasil, Mariápolis Ginetta, fica em Vargem Grande Paulista e abriga cerca de 450 pessoas.

Em 2001, algumas semanas depois dos atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos, Chiara foi entrevistada na Rádio Vaticana, da Itália, comentando sobre os então últimos acontecimentos e suas consequências. E nós replicamos em nossas páginas, na edição 027, de outubro de 2001, a entrevista.

Destacamos frases ditas por Chiara na época, mas que são bem atuais: “Devemos nos reconhecer como irmãos, cristãos e muçulmanos. Somos todos filhos de Deus”, “Eu creio que existe o mal com o M maiúsculo. Portanto, eu tenho um profundo sentimento, que talvez seja um pouco original: agora estão sendo mobilizadas todas as forças, em nível político, entre os chefes de Estado. Mas é necessário que também o mundo religioso se mobilize para o bem, se una para o bem” e “O amor é criativo, é preciso arregaçar as mangas”.

Nasceu em 22 de janeiro de 1920, em Trento, e morreu em 14 de março de 2008, em Rocca di Papa, circundada pelo seu povo. No dia 27 de janeiro de 2015 foi aberta a causa de beatificação de Chiara.

Cenas da gravação do filme Chiara Lubich

Na telinha
Agora em 2021, no outono italiano, será lançado na RAI UNO, a primeira rede nacional de televisão italiana, o filme sobre Chiara e o início do Movimento dos Focolares. “Uma garota comum pode mudar o mundo somente com a força de seu sonho e sua crença?” – é sob essa perspectiva que o diretor italiano Giacomo Campiotti contará a história de Chiara Lubich, uma professora trentina muito jovem, com pouco mais de vinte anos, que vivia no desconforto e no desespero que os bombardeamentos da Segunda Guerra Mundial causavam. Sentiu que foi chamada a construir um mundo melhor, um mundo mais unido. Desde então, colocou como meta pessoal construir pontes entre os homens independentemente da raça, nação ou crença religiosa a que pertenciam. Será um filme biográfico para televisão, a primeira adaptação para TV sobre Chiara Lubich e será focada nos primeiros anos, que vão de 1943 até 1950.

Por Juliana Martins Machado

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